Sentir o peito respirar


Primeiro a adaptação, as notícias, as diretrizes a velocidade horária, a constante atualização. Aos poucos, vou conseguindo fazer a narrativa do que têm sido os meus dias de uma quarentena esquisita que não é mais que a anulação da componente social da vida desenfreada que parece ter que se ocupar, a cerveja na mesa do bar, os abraços que me levam a casa mais leve depois de um dia de trabalho, onde a família passou a ser uma equipa de profissionais de saúde, aqueles com quem partilho os piores e os melhores momentos também. E uma longa aprendizagem. Afinal, o tempo não tem que ser todo profícuo. Tem mesmo é que ser só o som do teu peito a respirar.

Liliana Pinguicha