Com trabalhos de vários autores, a exposição de fotografia sobre ser encontra-se na Fábrica Braço de Prata em Lisboa. Os trabalhos são o resultado final do workshop de narrativa fotográfica com laboratório a preto e branco que partindo da análise da obra “on being an angel” da fotógrafa Francesca Woodman, desafiou os participantes à construção de um projeto autoral fundamentado na interpretação da obra referida e que possibilitou um percurso performativo na linguagem fotográfica, desde da tomada de imagem até à impressão final.

Esta exposição deu origem a um livro que reflete a obra, SOBRE SER um livro em 8 cadernos


DESPERTAR de Inês A.

Despertar é um apontamento pessoal sobre a conciliação do Ser físico com o Eu emocional. Remete para o confronto, quase adolescente, entre o íntimo invisível e o exterior visível, que se vai suavizando até que o Físico se torna incorpóreo e ausente.

Inês A.

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RIO MAU de Alice WR

Quando penso em Francesca Woodman (1958 – 1981), penso, inevitavelmente, no seu suícidio. Penso no seu trabalho e dou comigo a procurar índícios nos processos que utilizava e na forma como se entregava às suas imagens e nelas figurava.
RIO MAU é um trabalho que decorre da minha leitura desses sinais e da sua reutilização simbólica para construir a minha ficção sobre as forças do intímo conflito, sobre a beleza da dor e sobre o fantasiar da partida.
Alice WR, 2019

ENSAIOS de Catarina Correia de Sampaio

Francesca Woodman convida-nos a olhar para dentro enfrentando fantasmas e turbilhões que nos envolvem e nos definem, que nos libertam e nos prendem simultaneamente. Com Ensaios prendi-me, libertei-me, enfrentei-me e escondi-me através da máquina fotográfica e com a máquina fotográfica. Nestas séries de auto-retratos procuro ir mais dentro de mim e também saltar mais para fora dos meus turbilhões e dos meus fantasmas.  Quem sou Eu nesta sociedade em que vivo e represento?
Catarina Correia de Sampaio

POSSIVELMENTE NÃO HAVIA MELHOR SOLUÇÃO de Cristina Meneses

Encenar uma narrativa e projectar-se nela. Como e onde posso ser reconhecida? Quem sou eu? E quem és tu, que me vês, sem rosto e no cenário que construi? Uma identidade que é uma memória e um prolongamento de mim. Ian McEwan (Cães Pretos, 1992) escreveu “(…) para socorrer a criança abandonada dentro de nós não havia melhor solução do que termos filhos para amar.” Francesca não teve; entreguei-me a três.  

Cristina Meneses

SUPERAÇÃO de Ana Isa

Inspirado em Francesca Woodman e em Natália Correia, nasceu da vontade de expressar, de forma espontânea e libertadora a minha intimidade e o espaço, e a forma, do corpo físico que a representa. Como primeiro trabalho analógico autoral a entrega foi imersiva e exploratória do Eu, pautado pelo movimento corporal ao compasso da narrativa poética. Numa experiência interior densa e transformadora, o auto-retrato permitiu, uma vivência confrontadora, sobre Ser.

Ana Isa

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TENTAR TRANSMITIR UMA SENSAÇÃO NO TEMPO NUMA SÓ IMAGEM FIXA de Tânia Araújo

Este projecto pretende passar o movimento interior para o exterior, a mudança, a passagem…como fixar tudo isto numa imagem? Através de acção, através do processo, como que uma dança, um movimento de emoções que marcaram um momento. Símbolos, acções, reflexões foram escolhidos para transmitir essas emoções em sequências de imagens.

Tânia Araújo

MORRER NA PRAIA de Fernando Penim Redondo

Percorro esta praia deserta há vinte anos, de Verão e de Inverno. 
É aqui que me procuro em cada longa caminhada, entre o mar e a areia.
As ondas são o efémero constante que produz areia intemporal eterna. 
Não há melhor metáfora da vida (e da arte).
Meti areia nas molduras, o mar não consegui. 

Fernando Penim Redondo